quinta-feira, junho 08, 2006

Considerações parte 1 - Humor na Televisão

Estive olhando para a TV, coisa que não tenho feito a um bom tempo... Afinal, desde que fiquei sem a TV a cabo, não resta mais nada para ver na TV, além claro do Pânico aos domingos. Falem o que quizer, o Pânico é o melhor e mais inteligente programa de Humor já feito na tv brasileira. Ele é a fusão de alguns fatores, já explorados na tv internacional, mas não aqui.
Ele é agressivo, é virulento (Como só o Cocadaboa conseguir ser na internet), é sarcástico, e totalmente politicamente incorreto. E é nesse tema que eles me ganham, pois humor não pode ser politicamente correto, o mundo não o é.
Vou postar aqui, depois, um vídeo do Rowan Atikinson, mostrando como se faz humor. É foda demais. Nem vou falar mais do vídeo agora, pois gostaria que vocês vissem.
O humor televisivo brasileiro é bom?
Não, é horrendo.
Sabem porque? É a mesma piada contada mil vezes. Nada é mais chato que contarem a mesma piada mais de uma vez. E o nosso humor é isso, tirando o Pânico claro, mas falarei do Pânico mais abaixo.
Vamos lá, o que é ruim? O modelo do Chavão!!! Para quem não sabe Chavão, é o termo usado para designar o famoso fim da piada, uma palavra que marca o personagem. Exemplos atuais, são no Patrick (cujo show o Surto merece um post, e vai ter, a parte) do Zorra Total, suas frases, ele fala o tempo todo "olha a faca" e depois termina a piada, "mexe com quem tá quieto".
Nossa, quem viu o show, sabe que o cara num precisa dizer fim no final da piada. O cara é bom.
E aí é que está. O Chavão serve para dizer fim. Piada que se precisa avisar o fim dela, é sem graça, qualquer mongolóide sabe disso.
Daonde veio esse modelo?? Da inteligência maravilhosa de Jô Soares, e não estou falando do cérebro do gordo, mas do homem por trás dele. Willen van der alguma coisa...
Isso deu certo no Jô, no Chico Anysio... à trinta anos atrás, depois cansou, e o Willen malandro, mandou o Jô parar de fazer humor e chuparam o programa do David Letterman. O Chico Anysio forçou a barra, até se ferrar. A Praça é Nossa, é outro exemplo, não sei se é coisa do Carlos Alberto, do filho dele, que é o diretor (aquele sem graça vesguinho, que faz o chorãozinho, e as vezes substitui o pai) ou do "Patrão". Mas eles tendem a imitar a Globo, o tempo todo!! É ex Global, não precisa ter graça, tem emprego garantido lá. E tome-lhe chavão nas idéias. Quer um exemplo do que é bom na "Praça é Nossa"? Saulo Laranjeira, esse é o nome desse ótimo humorista, ele faz o infâme João Plenário e as vezes o Punk.
Saulo Laranjeira é fantastico, não tem quase chavão, embora você veja a direção do programa forçar a barra para ele falar o Chavão, precisa dizer fim, porque quem assiste é imbecil.
Site oficial do Saulo Laranjeira.
Quer outra coisa que o Willen inventou (Ou chupou dos americanos) ? Mulher boa é legal com piada. Não é. Isso é um paradigma criado na televisão norte americana (Americano algum dia foi engraçado? Que porra é aquela de knock, knock, who is?) de que programa de humor, é para o sexo masculino, mas tem que ter outros atrativos para que ele continue a assistir, porque se não ele muda para o canal de esportes.
Outra, bailarinos... desde quando aquelas bichas dançando fazem alguém rir? Falarei disso no próximo post.
Para tudo, isso já foi época. Aquela mulher fazendo a janta, o marido peidando no sofá rindo de piada idiota. Um único televisor em casa e tome Chavão, humor idiota americano dos anos 60.
Por isso o melhor humor televisivo que existe é o Inglês. Até porque na Inglaterra inteira você conta as mulheres boas nos dedos.
Chavão? Aonde? Na Inglaterra? Terra do Monty Pyton? Nunca!
Lá sim se faz humor ácido, humor de meter dedo na ferida e tirar sarro. Isso é humor. Isso é o princípio da comédia.
Comédia é te tirar, do seu estado natural, te incomodar, te perturbar, e no fim, de alguma maneira, te fazer rir.
Por isso curto o Pânico. Eles te encomodam, te fazem sair do sério, experimentar várias sensações, seja do mais puro besteirol, até a angustia, em uma curta fração de tempo, seu organismo reage a cada sensação dessas, seja injetando a bentida seratonina, ou adrenalina, ou outra substância, na verdade várias, eles parecem não ter limites, e quem for o minimamente racional, vê que eles não estão brincando entre eles, mas com você. Isso é humor.

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